domingo, 11 de outubro de 2009

A missão de nossas vidas (1)

Aqui, começa uma série de reportagens sobre a maior experiência vivida nestes meus 23 anos. Aqui, o começo de uma incrível jornada, que iniciou este ano e que continua nos próximos, pelo caminho que escolhi seguir, em favor da vida, da paixão pelo cinema e da aventura!

Ao retornar de uma viagem, não sei se o mundo diminuiu ou eu é que cresci. Assim traduz Alex Duarte, ao lembrar da experiência vivida de 29 a 3 de setembro, no Haiti, em Porto Príncipe. Ele esteve documentando em vídeo a história de vida dos soldados brasileiros na missão da Paz, em meio à realidade caótica da nação mais pobre das Américas. O documentário é um projeto de conclusão do curso de Publicidade e Propaganda pela UNIJUÍ, que vem sendo executado por muito tempo por Alex, através de contatos com integrantes da MINUSTAH. “É o maior projeto já realizado no meu currículo de trabalho. Conseguimos por em prática um sonho que no começo foi encarado como algo utópico. Mas graças ao apoio de algumas empresas da cidade e é claro, com o investimento pessoal, é que conseguimos realiza-lo. Posso garantir que tem sido o melhor investimento de minha vida”, contou Alex.
O projeto iniciou com a participação de quatro integrantes, mas somente Alex e sua colega Monique Antes seguiram adiante. Na orientação do documentário, está o professor Paulo Scortegagna, mestre em Fotografia. O filme, que deverá somar 30 minutos de duração, será lançado em dezembro, no Salão Azul da universidade. Para acompanhar a produção, haverá ainda uma exposição de fotos. Posteriormente, será exibido em São Luiz Gonzaga, Ijuí e no Rio de Janeiro, com probabilidade de ir ao ar no Canal Futura. O vídeo recebe o título de “Missão de nossas vidas”, com direção e filmagem de Alex Duarte e cobertura fotográfica de Monique Antes. O nome exemplifica o sonho dos soldados brasileiros, que se doam em nome de um país que originalmente não é deles.


TRAJETÓRIA- Para chegar ao Haiti, Alex e Monique tiveram de enfrentar um extenso caminho, de ônibus e avião. Dormiram em aeroportos, fizeram diversas conexões e aproveitaram para conhecer alguns cantinhos do país. Foram horas de viagem e extensa programação. Tudo compensado a partir da chegada, em Porto Príncipe. “Estávamos sendo aguardados por uma comitiva do Exército Brasileiro, a equipe do Brabatt, sob a liderança do coronel Alan Santos”, conta Alex. Impressionados pela organização impecável do batalhão brasileiro, os realizadores tiveram todo acompanhamento não cumprimento do vídeo, desde a chegada até a partida. Alojados na base do Brabbat, tinham acesso à estrutura local, desde alimentação, tradutor e segurança. Junto de Alex e Monique, ainda estavam na mesma missão os repórteres da revista Época, Marcelo Loyola e Marcelo Lins, que desenvolveram diversas entrevistas a fim de produzir uma reportagem que será capa da revista ainda este ano. Durante seis dias, a equipe de comunicação G7, integrada pelo coronel Alan Santos, tenente coronel Ítalo, e os sargentos Jéferson, Salvino e Ferrira, montaram uma pauta especial para cumprir as necessidades dos dois grupos. “Visitamos os locais mais devastados pela pobreza e acompanhamos a rotina dos soldados. Também conseguimos uma entrevista com o General Floriano Peixoto, que comanda toda a missão”, ressaltou.




IMPACTO - O país, que acabou devastado por conflitos internos, começou a ganhar uma nova cara a partir 2004, com a chegada do primeiro contingente. Desde lá, cabe ao exército brasileiro garantir a segurança e ajudar na reconstrução do país. “O Haiti é cercado de pobreza por todos os lados. Foram décadas de governo autoritários e o resultado foi um caos social. Há cinco anos atrás, a guerra era declarada. As gangues comandavam o país e andar nas ruas era anunciar a sua própria morte”, explicou. Segundo Alex, “hoje, o país está estabilizado, com o Brasil escrevendo muitos capítulos na história do Haiti. A guerra agora é contra fome, em nome da paz e da igualdade social”. A partir da próxima edição, você vai acompanhar uma série de reportagens especiais sobre a missão e seus desdobramentos, com curiosidades, fotos e histórias trazidas por Alex Duarte nesta aventura que já se tornou uma das missões de sua vida.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Jovem que faz a diferença

A falta de tempo me deixou ausente por alguns meses. Mas como diz o ditado, o bom filho à casa retorna. Abaixo, algumas de muitas recentes conquistas. Na integra, o meu discurso, após receber a Láurea -"Jovem que faz a diferença"!

Talvez a minha história tenha chegado até aqui, pelo simples fato da vocação e devoção ao cinema. É claro que foi por este caminho, que tantas coisas boas aconteceram. Eu sempre me cobrei desde muito pequeno, a responsabilidade profissional. E como ainda muito criança, na escola, sem poder trabalhar, me envolvia com o grêmio estudantil, a criação de um jornal mensal e outras atividades similiares. O cinema apareceu logo depois, aos 12 anos de idade. Influenciado naquela época pela trilogia dos filmes Pânico, do diretor Wes Craven, veio a nascer meus primeiros roteiros. E eu era daqueles cinéfalos vidrados em filmes de terror. Eu não comecei asstindo "Cidadão Kane", "O poderoso chefão" e outras obras importantes da história do cinema.
Eu comecei do avesso, gostando do terror, do suspense ou do trash. Mas o importante foi que eu comecei. E que as coisas começaram a dar certo. Aos 16 anos, em 2003, resolvi que era hora de por o plano em prática. Que era hora de produzirr. O jeito foi compartilhar minha pretensão maluca com os amigos mais chegados, aqueles que te acompanham em tudo. Juntamos um boa galera e fomos a luta. De espada a armadura. Com 300 pila no bolso e um cinegrafista de uma pequena produtora,fizemos o filme acontecer. Jamais irei esquecer a imensa fila no dia do lançamento, que dobrava duas quadras da Praça Matriz de São Luiz Gonzaga. Jamais vou esquecer também das críticas após a exibição, é claro. Eram mais críticas, do que elogios. Eles falavam que nos meus filmes os "mortos se mexiam", de que "a luz está escura" ou "que a história um pouco confusa". Foi aí que descobri a dura realidade que acabara de me lançar.

No ano seguinte, fiz o segundo filme, intitulado “Jovens em Pânico”, uma seqüência de O Quinteto, agora, com duas produtoras envolvidas e mais gente no elenco. É claro que depois do primeiro, as pessoas viram que a coisa não era brincadeira e que iríamos continuar. Bonito foi ver as crianças acompanhando a seqüência do filme, querendo saber sobre o futuro dos personagens, se iriam sobreviver ou como iriam ficar. A ideia estava dando certo. E deu tão certo assim, que outros aspirantes de cinema começaram a seguir a idéia e a produzir mais filmes também. Surgiram outros longas e curta por toda região. Tanta gente querendo aprender o ofício. O mais engraçado, era que nenhum de nós tínhamos cursos técnicos. Aprendemos sozinhos. E o mais magnífico: todos éramos jovens.

Após estas duas experiências, deixei de lado um pouco o gênero terror e suspense, e comecei a escrever outras obras. Eu pensava: eu quero ser cineasta. Quero ter idéias, quero passar mensagem e emoção. Só não quero passar em branco. Quero trabalhar em equipe. Quero me virar com pouca grana. Quero mudar a história. Só não quero de deixar de me transformar. O problema em me tornar um cineasta, era ausência de um curso nesta área na região. Por este motivo, fiz vestibular para Publicidade e Propaganda e descobri o gosto pela escrita. Em agosto de 2004, ingressei na redação do Jornal A NOTÍCIA. E como qualquer iniciante, achava que em algum momento poderia ser demitido. Era uma neura braba, medonha. Me achava jovem demais e como iniciante, tinha grandes planos de seguir carreira e os medos em torno dela eram inevitáveis. Recordo que na primeira semana, quando fui chamado até a salinha de pagamento, fiquei surpreso, sentindo cheiro de demissão no ar. Recebi o dinheiro e por entendimento tinha certeza que havia sido demitido. Fiquei calado, desliguei o computador e fui embora. Chegando em casa, quase aos prantos, resolvi ligar para um dos colegas da redação, na tentativa de descobrir o que aconteceu. Foi então que descobri o grande mal entendido. Todos os funcionários de A NOTÍCIA recebem o salário no final da semana. A partir dali, era hora de aprender a ter mais confiança e exercitar toda esta paixão pela escrita através das reportagens. Eu jamais imaginei me tornar repórter de um jornal. Meu sonho sempre foi trabalhar com vídeo, criação, imagem, cinema.
Mas acabei caindo de pára-quedas no jornalismo. E hoje, devo todas as minhas conquistas a este emprego e aos profissionais que trabalham lá. Me permitam destacar cada um deles. Meus chefes, não são chefes que se encontram por aí, ralhando, dando sinais de autoritarismo ou soberba. Meus chefes são profissionais que te permitem avançar ao lado deles, com liberdade para se expressar, modificar e crescer. José Grisolia Filho e Newton Alvim me acompanham diariamente nesta loucura que é fazer jornal. E esses dois"são grandes incentivadores dos jovens em São Luiz Gonzaga.


E por acreditarem tanto em mim, que outras oportunidades começaram a surgir. A convite da repórter Juliana Sott, em 2006, me tornei instrutor do curso de cinema, pelo Ponto de Cultura ACI- Ação Cultura Integrada. Com uma câmera na mão, o acesso ao audivosual em São Luiz Gonzaga ficou mais fácil. Com 12 alunos inscritos de 11 a 29 anos de idade, a democratização começou a acontecer na região das missões. Surgiram curtas, reportagens e até mesmo videoclipes, como o "Baile de Fronteira", de Luiz Carlos Borges, que acabou selecionado na Mostra Nacional dos Pontos de Cultura, em Santa Maria. E de uma conquista aqui e outra conquista alí, talvez, a maior delas, apareceu repentinamente. Foi quando fui selecionado em uma oficina do Canal Futura, pela Fundação Roberto Marinho. Ao escrever um projeto de "realização de um festival de cinema nas missões", para São Luiz Gonzaga, é que fiquei entre os 15 jovens do Brasil selecionados na 10º turma do Geração Futura. Durante um mês produzi um interprograma no Rio de Janeiro, na sede do canal, chamado "10 segundos na TV", que posteriormente foi selecionado no Festival de Cinema em Fortaleza. Em seguida, a convite do Canal Futura, retornei ao Rio de Janeiro e me tornei monitor do projeto em um período de estágio de 4 meses, com carteira assinada.

Retornado de viagem, e com mais experiência, conheci um casal fantástico de são-luizenses, também apaixonados pela sétima arte: Vânia e Darceli Crestani. Ele, que foi protagonista do curta- metragem "O Caso Sócrates", selecionado o ano passado na mostra não- competitiva do Gramado Cine Video. E Vânia, protagonista do "SOS". Com eles e mais outros amigos é que começamos a projetar a nossa cidade, nas telas de Gramado, mesmo sem competir. E este ano, depois de muito esforço, conseguimos uma grande vitória. A vitória que veio graças ao trabalho da ONG Síndrome de Down, "Unidos para o Amanhã". Com um documentário sobre a história destas crianças, ganhamos o Galgo de Ouro 2009, como melhor video universitário gaúcho, eleito pelo voto popular, na categoria mais disputada do festival. Este troféu é uma conquista conjunta, porque nada se faz sozinho. O cinema é assim. Na hora de produzir, a gente acaba envolvendo todo mundo. Até mesmo o vizinho. Todos fazem cinema inconscientemente. E é por isso que fica difícil de agradecer todo mundo. São tantas pessoas que já passaram pela minha história. Sem elas, chegar até aqui seria impossível. A minha mãe, por exemplo, é uma delas. Se hoje sou um jovem com ética, valores morais e com a coragem para lutar e buscar aquilo que acredito, os méritos também são seus, mãe.

No próximo final de semana, estarei rumando ao Haiti, para produzir um documentário de conclusão de curso, sobre a Missão de Paz da ONU, do Exército Brasileiro. Como jovem, tento esquecer o medo, e procuro colocar na bagagem desta experiência, muita coragem. Nosso objetivo maior de vida deveria ser: criar tanto quanto o nosso talento, habilidade e desejo permitam. Qualquer coisa abaixo disso, estará falhando em nosso mais elementar princípio de uma existência realizadora. Resultados são a melhor medida do progresso humano. Nem conversa, nem explicações, nem justificativas, APENAS RESULTADOS!
O que devemos fazer é transformar nossa vida, nossos sonhos e objetivos, num destino final, como se fosse o fim de uma viagem. Só que não é o final de uma viagem em que descemos do trem e então vamos desfrutar do cenário. É o percurso que conta. É um processo em que não deve existir partida, viagem e chegada, mas ser encarado como um todo. Por essa razão é que paixão, determinação e entusiasmo são tão importantes para nos abrir as portas para a felicidade e realização.
E cada desafio que se apresenta é uma nova possibilidade de exploração e uma nova oportunidade de realização na viagem que estamos fazendo. O que conta mesmo é o quanto você curtiu, o quanto ela benificiou para as outras pessoas e para o lugar onde você mora. Pois a viagem, terminará de um jeito ou de outro. A grande impossibilidade está em nossa cabeça. É por isso que é preciso mudar o mundo, para que o mundo mude para você.


Para concluir, deixo uma mensagem do pensador "Jacob Riis", a todos os jovens são-luizenses. "Quando nada parece ajudar, eu vou e olho o cortador de pedras martelando sua rocha talvez cem vezes sem que nem uma só rachadura apareça. No entanto, na centésima primeira martelada, a pedra se abre em duas e eu sei que não foi aquela a que conseguiu, mas todas as que vieram antes." Obrigado!

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Desabafo... logo existo!

É preciso ter muito bom humor nesta vida! Vejam vocês! Eu vou contar uma história por concretude de um desabafo. Não estamos pensando em lavar roupa suja. Talvez destacar o que é certo e errado em meios termos.

Viajo há quatro anos para Ijuí, em um transporte, dividindo e compartilhando momentos e noites com pessoas de todos os lugares. Viagens que duram cerca de 3h diárias. Lembro com alegria, de quando entrei no ônibus. Aquela cumplicidade entre amigos, fazendo festa, com respeito, amizade e de forma sadia. Não se ouvia reclamações. Éramos pessoas dividindo o mesmo espaço. Estudantes com o mesmo objetivo, enfrentando a estrada, o cansaço e a monotonia.

Com o tempo, as coisas foram se alterando. Novas pessoas entraram para a família do Bus, com é comum a cada semestre. Mas o que deveria permanecer em harmonia, foi dividindo espaços diferentes: frente, meio e fundo. Ora, se todos fizemos parte de um mesmo grupo? Ora se colegas de ônibus estavam ali por um mesmo motivo, correr atrás de seus sonhos, em busca de uma oportunidade profissional? Mas esta divisão não se concretizou por causa das diferenças entre as pessoas. Elas aconteceram por parte de uma minoria. Esta minoria que tenta se fortalecer incomodando aqueles que trabalham manhã e tarde e só possuem como alternativa o espaço a noite para descansar. Uma minoria que se diverte, gozando e falando mal de seus próprios colegas. O que fazer? Como aceitar?

No meu caso, eu procurava manter amizade com todos. Sentava no meio, entre festas e um pouco descanso. Apenas lamentava o que os meus colegas do fundão cantavam aos companheiros do banco da frente: “Vai tomar neste teu c...” O problema é quando a paciência ultrapassa o limite. O que você mais quer é defender o certo do errado. Na verdade eu deixei de ter paciência para pessoas hipócritas e deixei de perder tempo e energia com pequenas contrariedades. O que aconteceu foi uma mudança, ou melhor, o feitiço caiu contra o feiticeiro! (De novo, isso alex? haha!).Por incrível que pareça, os amigos que sentam na frente tomaram conta do cecilhão. São mais alegres e receptivos, e isso acabou incomodando quem por muito inveja. E Inveja é aquele sentimento ruim que impede de ver a luz, o brilho e o talento do outro. Mas como diz o velho ditado: toda ação, tem uma reação.
Mas falando sério, o bom seria se todos estivéssemos na mesma sintonia, festejando juntos e compartilhando quilômetros diários. Mas infelizmente, há pessoas que preferem se dedicar ao egoísmo e a luxúria.

Aos meus colegas e companheiros de verdade do Cecília Tur. Não se preocupam com o sentimento alheio, talvez eles não reconheçam o seu próprio. Não querem ouvir e muitas vezes nem sabem o que falar. Talvez, lá no fundo, pensem estar protegendo-se do "mundo", mas na verdade são algozes de si mesmas. Contribuem para o sofrimento alheio sem que percebam o quanto sofrem e o quanto poderiam ser ajudados se assim o permitissem. Imaginem viver numa sociedade individualista? Digo: Socorro!!!! Parem este ônibus que quero descer!!! Mas e se não pudermos descer?

Juntem-se aos bons amigos, que não dividem apenas um transporte diário. Mas que se cumprimentam, se visitam e se respeitam diariamente. Desçam do muro colegas! Respeitem as diferenças e festejem a vida de forma sadia. Somos todos estudantes, buscando o mesmo espaço na sociedade. Mantenham a integreidade, pois será necessário no dia em que todos vocês erguerão o canudo, e exercerem suas futuras profissões. E para terminar esta crônica em forma de desabafo, deixo uma frase às pessoas que brindam à desarmonia da casa: "Nosso alvo na vida deveria ser não o de ultrapassar os outros, mas o de ultrapassar a nós mesmos". ( Babcock )

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Paciência é uma virtude

Bem vindos à era moderna, onde a paciência nem sempre é uma virtude. A pressa aumenta nas ruas e nas calçadas. Vejo a humanidade colocando tudo em cheque, perdendo seu próprio rumo pelas esquinas. Passos apressados, fugindo do relógio, sem paciência para viver cada dia que passa. Todos os dias da nossa vida, somos testados pela palavra paciência. Literalmente, ela é uma virtude, com a habilidade de suportar determinadas situações ruins esperando o melhor depois.

Há uma semana atrás, no aeroporto de Fortaleza, no Ceará, eu aguardava o vôo 3301 da TAM, marcado para decolar às 16h. Impaciente, como sempre, alguma coisa parecia estar errado. Foi só a moça anunciar que o vôo atrasaria 4h para entrar na maldita inquietação. Aonde estava minha paciência? Ou melhor, a paciência de mais de 100 passageiros? A notícia movimentou a área J do aeroporto de Fortaleza. Era gente gritando, brigando e sapateando. O atraso mudaria a vida de muitas pessoas naquele dia. Eu, por exemplo, perderia a conexão até Porto Alegre, dificultando ainda mais minha chegada a São Luiz, para uma festa no sábado à noite. Assim como os outros perderiam seus compromissos. Uma senhora atrasaria sua viagem de descanso, enquanto um senhor perderia o horário do trabalho. Todos tiveram suas rotinas alteradas. E por conseqüência, a paciência também.

A falta de paciência altera o nosso humor. Depois de perder o avião, muitos de nós ficamos a esperar no aeroporto. A minha, durou 7h. Andava para um lado e para o outro, querendo entender porque aquilo havia acontecido. Tentava justificar a situação pensando: nem tudo pode ser da forma como gostaríamos ou desejamos que acontecesse. Afinal, os imprevistos chegam sem avisar. Mas que nada, as brigas foram inevitáveis. A falta de paciência me levou a discutir com os funcionários da companhia. Tudo em vão.
Agora tentem imaginar a paciência daqueles que passaram a noite inteira no aeroporto. Dormindo sobre as malas, sem conforto algum. Um amigo que estava indo para Bruxelas, teria de agüentar a noite inteira para pegar outro avião na manhã seguinte. Ele me parecia calmo, nenhum pouco irritado. Disse que já era a terceira vez que isso acontecia. “Tinha que ser assim. Estava escrito”, destacava num tom suave, sem lembrar do que a noite lhe reservava.

Do que adianta a impaciência? A vida costuma se repetir entre correrias e imprevistos. Acabamos que agindo de forma insana, sem pensar muito, por impulso, e isso leva sempre a derrota, ao erro e ao sofrimento. Aquilo que independe de nossa vontade, pode ser sanada pela virtude da paciência. Aceitar os problemas é normal, e o melhor a fazer é resolvê-los de uma maneira que não se transforme em problemas futuros. Na hora de esperar, não se aborreça. Aja com autonomia e inteligência. Ficar irritado não vai resolver nada. Seja esperto, paciente, inteligente e correto. A sua saúde agradece.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

O feitiço vira contra o feiticeiro



Eu não acho, eu tenho certeza. O feitiço sempre acaba virando contra o feiticeiro. Me desculpem feiticeiros e feiticeiras de plantão, mas aqui se faz, aqui se paga. Este ditado ou frase popular, geralmente usada em várias ocasiões, inspira histórias ficcionais. Muitas delas sobre bem e o mal, caminhando lado a lado. Pois bem, eu não vim até aqui para falar de feitiço inventado com boneco de vodu, velas vermelhas ou com galinha preta. Eu vim falar do que a vida ensina, para aqueles que desejam ou fazem o mal.

Existe uma comunidade no orkut que diz mais ou menos assim. “Tudo que você planta, você colhe.Toda ação, tem uma reação.Quem com ferro fere, com ferro será ferido.O bem que você faz, você recebe de volta e o mal também. Não faça com os outros o que você não quer que façam com você . Porque tudo que vai, volta. Às vezes com a velocidade, potência e intensidade muito maior”. Estas são constatações discutidas por internautas que já sofreram algum tipo de rasteira e deram a volta por cima. Ironia do destino? Justiça? Coincidência? Como explicar? A verdade é que todos nós um dia passamos por situações como essa. Digo, aqueles que não desejam o mal e, por favor, juntem-se a mim.


Desejar o mal pode ser um ato involuntário, principalmente em momentos de raiva e ódio. Diferente do que desejar e praticá-lo diariamente. O bom seria se tivéssemos a certeza que as pessoas que aprontam ou desejam o nosso mal, um dia irão receber uma resposta como troca. Enquanto a certeza não existe, permanece o bom senso em descobri-lo com a vida, vivendo situações que constatam a existência da palavra justiça. A justiça que bateu na minha porta há uns quatro anos atrás, em uma época de carnaval. Havia realizado uma cobertura de fotos para o jornal A NOTÍCIA em diversas páginas, com retratos dos foliões e amantes da festa do momo em São Luiz. Uma bonita cobertura. Depois de uma semana, enquanto redigia uma reportagem, meu chefe chegou até a minha mesa e entregou uma folha impressa, de um e-mail enviado e identificado com Leitor de A NOTÍCIA. Vou tentar transcreve-lo: “Parabéns pela maior cobertura feita pelo jornal. É muito desprezível ver que um repórter destacou apenas nas fotos amigos conhecidos. Percebo que um veículo de comunicação como esse, somando mais de 70 anos está perdendo sua conduta séria”. Jamais vou esquecer daquele dia, porque também foi o dia que meu pai faleceu. Aquele e-mail caiu como uma segunda bomba. Foi um e-mail anônimo, cheio de palavras de ódio, ciúme e rancor, bem maior do que transcrevi. Queria encarar aquela situação como uma crítica construtiva. Mas se tratava de um e-mail anônimo, de alguma pessoa sem coragem e caráter para assumir o que fez.

A minha resposta foi o silêncio. Resolvi ignorar, visto que tinha certeza de ter prestado um trabalho imparcial. No outro dia, a surpresa maior. Meu chefe ficou espantado com tanto ódio vindo daquele e-mail. Meu trabalho foi recompensado e o feitiço virou contra o feiticeiro. Fui efetivado no cargo de repórter, no qual permaneço há cinco anos. Me desculpem feiticeiros e feiticeiras de plantão, mas aqui se faz, aqui se paga. Este ditado ou frase popular, geralmente usada em várias ocasiões, inspira histórias ficcionais. A minha foi real. Plante o bem para colher o bem e estejam preparados para enfrentar o mal que nos cerca diariamente. Visto que a vida nada mais é, do que viver e aprender com cada coisa que acontece.


quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Meu primeiro emprego

Comecei a pegar no batente desde cedo, oficialmente aos 17 anos. Antes disso, fazia uns bicos por aí. Digo, vídeos por aí. Talvez eu tenha me preocupado muito cedo em trabalhar, achando que eu deveria garantir anos de experiência para a minha carreira e também engordar meu currículo vitae. Preocupação que já dura quatro anos. É o tempo de experiência no Jornal A NOTÍCIA, de São Luiz Gonzaga, como repórter e editor.

Em agosto de 2004, ingressei na redação e como qualquer iniciante, achava que em algum momento poderia ser demitido. Era uma neura braba, medonha. Me achava jovem demais e como iniciante, tinha grandes planos de seguir carreira e os medos em torno dela eram inevitáveis. Recordo que na primeira semana, quando fui chamado até a salinha de pagamento, fiquei surpreso, sentindo cheiro de demissão no ar. Recebi o dinheiro e por entendimento próprio tinha certeza que havia sido demitido. Fiquei calado, desliguei o computador e fui embora. Chegando em casa, quase aos prantos (haha, acredite), resolvi ligar para um dos colegas da redação, na tentativa de descobrir o que aconteceu. Foi então que descobri o grande mal entendido. Todos os funcionários de A NOTÍCIA recebem o salário no final da semana.



A partir dali, era hora de aprender a ter mais confiança e exercitar toda esta paixão pela escrita através das reportagens. Jamais imaginei me tornar repórter de um jornal. Meu sonho sempre foi trabalhar com vídeo, criação, imagem, cinema. Mas acabei caindo de pára-quedas no jornalismo. E hoje, devo todas as minhas conquistas a este emprego e aos profissionais que trabalham lá. Me permitam destacar cada um deles. Meus chefes, não são chefes que se encontram por aí, ralhando, dando sinais de autoritarismo ou soberba. Meus chefes são profissionais que te permitem avançar ao lado deles, com liberdade para se expressar, modificar e crescer. José Grisolia Filho e Newton Alvim me acompanham diariamente nesta loucura que é fazer jornal. Acredite, nosso trabalho funciona como uma locomotiva. Precisamos um do outro para funcionar.


Quem conhece a rotina de A NOTÌCIA em véspera de edição, sabe do que estou falando. Somos movidos pelo estresse, pelo cafezinho preto, pela rapidez instantânea. Felizmente, sabemos conduzir com serenidade o trabalho que nos cabe e lidamos com tranqüilidade com os imprevistos que acontecem. Não é atoa que já são 74 anos de trabalho. As lutas diárias da comunidade possuem espaço privilegiado nas páginas do jornal, que assim contribui intensamente com o progresso desta terra. Temos perseguido todos os dias essa isenção. Procuramos controlar nossas paixões, para que o leitor seja contemplado com um relato fiel, sem conduzimos a uma conclusão que desejamos. Hoje somos a empresa mais antiga da cidade e a única de um único dono, fundado por José Grisolia até hoje pertence a sua família.


Me sinto honrado em fazer parte da história de A NOTÍCIA. Essas lembranças e episódios se perpetuarão por outras tantas dezenas de anos. A paixão pela empresa, lembramos através da garra de seu José. As matérias jornalísticas, pela seriedade e entrega do repórter Antônio Correa. As poesias e cultura, através de Jorge Fagundes e outros que partiram. Mas que permanecem entre nós, como o melhor exemplo a pairar sobre este veículo de comunicação.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Aquele compromisso, sem compromisso algum...

Eu poderia passar horas decorrendo sobre os amores que passaram pela minha vida, e mostrar a importância de cada uma delas. Só que imediatamente me veio à cabeça situações em que eu deveria simplesmente guardar na lembrança, ou esquecer, sem ser compartilhado. Afinal, “falar de amor é tão complicado, às vezes você chora, às vezes você ri”, como diz meu amigo Miguel Ruschel em uma de suas composições.


Nós já ouvimos falar de amor em várias versões. Versões que nos afaga, nos complementam, nos agrada, que resistem ao tempo. Amores que são confundidos com paixão, que duram pelo acomodamento, ou que jamais existiram. Falar de amor é tão complicado, se deveria ser a coisa mais fácil a dizer, já que é impossível viver sem um. A verdade é que tudo o que desejamos nesta vida é encontrar um grande amor, que justifique nossas loucuras, que faça o coração bater aceleradamente ou facilmente mude nossa opinião sobre o mundo. O que queremos são paixões que façam a vida valer por um dia ou por uma eternidade...

E este exercício de amar, nos encontra logo cedo. Ainda mesmo sem entender o verdadeiro significado, sua aparição é infalível. Da infância para a adolescência ele já está presente. É o tempo das descobertas e das razões sem fim. Queremos é mais viver aquele amor pensando que será eterno e indestrutível. Corremos riscos e o defendemos até a morte, sem imaginar que um dia ele pudesse acabar. Mas perto do futuro você passa a entender, que o amor tem outros significados. Tem outros caminhos e passamos acreditar que nesta vida não se ama apenas uma vez.

Eu tenho histórias de amor que lembram várias versões. A primeira dela te coloca em terra firme, com os pés no chão, onde você pensa em casar, ter filhos, e receber um salário de 10 mil reais todo o mês. Talvez esta história seja a mais tradicional de todas elas. Ter uma namorada, que faça você pensar em casamento, que fale as coisas corretas, que acerte tudo sobre você. Mas e quando o amor perde a graça? Aí chega o momento de procurar o tipo certo, de pessoa errada. Aquela que vai fazer você perder a cabeça e cometer as maiores loucuras e atrocidades. Aquele amor que vai fazer você morrer por ele, que vai te tirar o sono, o sossego e os pés no chão, mas em troca disso, te oferecerá uma noite memorável. Entretanto, neste amor de ponta cabeças, vão aparecer às diferenças. Programas diferentes e rotinas que não se completam. Aí você vai pensar em encontrar um amor que seja como você. E quando não encontrar, vai se iludir, brigar, reclamar e vai achar que o amor não existe.


E quando menos esperar, quando menos sentir, um outro amor, agora destes de cinema vai balançar a sua vida pela milésima vez. Talvez um amor separado pela distância ou desacordado no tempo. Amores possíveis e amores impossíveis. Amores que começaram em um lugar, e acabaram se reencontrando em outro, trazendo motivo de perfeição, sintonia e vibração. Até a distância aparecer outra vez, voltando à estaca zero.

Amar é um tempo? Uma fase? Como explicar, como entender? Nestas tantas versões que passaram pela minha vida, com amores indo e vindo, a única certeza visível é de ter aprendido com cada um deles. E o que é a vida, mais do que um simples aprendizado?
Hoje, de coração limpo, eu aprendi que amar não basta, é preciso racionalidade. Ele sozinho é insustentável. É preciso convocar uma dose de sentimentos (cumplicidade, sexo, desejo, paci~encia) para entendê-lo. Se todos as paixões acabaram, eu ainda tenho que conhecer o seu verdadeiro significado. Nem que o amor seja aquele compromisso, sem compromisso algum, disposto a te pegar em uma sexta – feira qualquer...